A ideia de oferecer crédito em pequenos valores nasceu em Bangladesh, em 1976. O professor universitário Muhammad Yunus, observando que os pequenos empreendedores das aldeias próximas à universidade onde lecionava eram reféns dos agiotas, pagando juros extorsivos e, mesmo assim, pagando corretamente, começou a emprestar a essas pessoas pequenas quantias com recursos pessoais, que depois ampliou, contraindo empréstimos. O alvo inicial dele foram mulheres artesãs presentes em algumas aldeias pobres. Os valores emprestados variavam em torno de U$ 20 dólares, cerca de R$ 80,00 reais. Relatos do professor Yunus, presentes na obra O Banqueiro dos Pobres, originalmente lançada em 1997, revelam que as mulheres eram excelentes pagadoras, mantendo um índice de inadimplência próximo de zero.

O professor criou o banco Grameen voltado exclusivamente para atender pessoas carentes. Com o tempo a experiência de Yunus provou que o microcrédito pode ser uma ferramenta importante de combate à pobreza no mundo. Não demorou muito para a ideia se espalhar para outros países e favorecer milhões de pobres do nosso planeta.

No Brasil, grande impulso foi dado na década de 1990 quando apareceram os primeiros programas públicos voltados para microcrédito. Em 1996, o BNDES criou o Programa de Crédito Produtivo Popular (PCPP), que visava fornecer funding (recursos para financiamento) para organizações da sociedade civil especializadas em microcrédito

Em Santa Catarina, o microcrédito surgiu no final dos anos 90, consolidando-se na década seguinte, com a implantação de Organizações Não-Governamentais para operar um modelo alternativo de crédito para micro e pequenos empreendimentos formais e informais, o microcrédito.

Referência do livro:  YUNUS, Muhammad. O Banqueiro dos Pobres. Editora Ática, São Paulo, 2008.